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Estudo associa uso do celular na gravidez a risco maior de ter filhos com transtornos

Pesquisa foi publicada na revista especializada Journal of Epidemiology and Community Health

As mulheres grávidas que usam frequentemente o celular correm mais riscos de ter filhos com transtornos de comportamento, que apareceriam sobretudo quando estas crianças, por sua vez, usarem precocemente estes aparelhos, segundo um estudo dinamarquês.

O estudo se baseia em uma série de nascimentos dinamarqueses que inclui 100.000 mulheres grávidas entre 1996 e 2002.

Neste também se incluem mais de 28.000 crianças que tinham 7 anos em dezembro de 2008. A pesquisa foi realizada após um primeiro estudo sobre 13.000 crianças com sete anos até novembro de 2006, que já tinha demonstrado uma relação entre a exposição pré-natal e problemas de comportamento.

Os novos dados, publicados na terça-feira pela revista especializada Journal of Epidemiology and Community Health, mostram que mais de um terço das crianças de 7 anos (35%) utilizam um telefone celular (frente aos 30% do primeiro estudo).

Dezessete por cento haviam sido expostos ao telefone celular antes e depois do nascimento (frente a 10% anteriores).

Ao contrário, 53% das crianças do primeiro estudo e 39% do segundo não teriam sido expostas antes ou depois do nascimento. As categorias de exposição foram definidas segundo vários critérios: número de ligações diárias, localização do aparelho fora do seu uso (na bolsa no ou bolso), uso de fone de ouvido…

Nos dois estudos, uma proporção de aproximadamente 3% das crianças tiveram um comportamento anormal e outros 3% apresentaram um risco de comportamento anormal.

Segundo os pesquisadores, as crianças expostas à telefonia celular antes e depois do nascimento tinham 50% mais riscos de apresentar transtornos de comportamento. Para as crianças expostas apenas antes do nascimento, o risco era de 40%.

Para validar seus resultados, os cientistas levaram em conta outros possíveis fatores de influência, como o tempo que a mãe passou cuidando do filho.

“Mesmo sendo prematuro interpretar estes resultados como uma relação de causalidade, tememos que a exposição precoce aos telefones celulares possa comportar um risco que, se for comprovado, seria um problema de saúde pública, levando em conta o uso tão disseminado desta tecnologia”, concluíram os autores.

 

Autor: AFP
Fonte: Uol Ciência e Saúde

 

 

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Estudo do HC-FMUSP SP traça perfil da mulher brasileira na menopausa

Estudo epidemiológico da Divisão Clínica Ginecológica do Hospital das Clínicas da FMUSP com cerca de 6 mil mulheres, a partir dos 40 anos, aponta as doenças correlacionadas ao período do climatério, no qual ocorre a menopausa

A pesquisa “Dados demográficos, epidemiológicos e clínicos de mulheres brasileiras climatéricas”, conduzida pela Divisão Clínica Ginecológica do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP), com apoio da Bayer Schering Pharma para a publicação e a divulgação, apresenta o perfil da mulher na transição para a menopausa e na pós-menopausa. Este estudo, um dos mais amplos já realizados sobre o tema com a população brasileira, envolveu cerca de 6 mil mulheres em uma investigação com onze anos de duração (entre 1983 e 2004) realizada no Setor de Climatério do Hospital das Clínicas da USP. O resultado identifica e quantifica as principais doenças e distúrbios correlacionados à menopausa em nosso meio, tais como os típicos sintomas vasomotores (fogachos ou ondas de calor), a obesidade medida por meio do índice de massa corpórea (IMC) e distúrbios como a hipertensão arterial (pressão alta), a diabetes e as doenças cardiovasculares, entre outros.

De acordo com o levantamento, a maioria das mulheres apresenta sintomas relacionados ao desequilíbrio hormonal (hipoestrogenismo) que afetam sua qualidade de vida, a exemplo dos sintomas vasomotores de grau leve a acentuado apresentados por 67% das mulheres (duas em cada três). Outros dados relevantes demonstram que 68,13% possuíam sobrepeso ou obesidade e 81,5% tinham algum antecedente de saúde declarado no primeiro atendimento, como hipertensão arterial (44,94%), diabetes (10,01%), tabagismo (8,39%), tireopatias – hiper ou hipotireoidismo – (7,07%), neoplasias – tumores malignos – (6,41%), entre outras patologias com menor intensidade. A Dra. Angela Maggio da Fonseca, professora associada e livre-docente da Disciplina de Ginecologia do Departamento de Obstetrícia e Ginecologia da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP) e coordenadora do estudo, destaca que o estudo “é uma forma de os médicos conhecerem a fisiologia deste período da mulher e possibilitar a escolha de um tratamento adequado, melhorando a qualidade de vida de todas elas”.

A idade da ocorrência da menopausa está geneticamente programada para cada mulher, mas é também influenciada por outros fatores relevantes como etnia, paridade, tabagismo, altitude, fatores socioeconômicos, contraceptivos hormonais e nutrição. Os resultados deste estudo, coincidindo com trabalhos realizados anteriormente, demonstram que a média etária de ocorrência da menopausa no Brasil é de 48,1 anos. Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), com o aumento da expectativa de vida da população total, considerando ambos os sexos, passando de 62,7 para 68,9 anos e a previsão de um aumento crescente da quantidade de mulheres acima de 50 anos nas próximas décadas, igualando-se em número às mais jovens, aumentam-se os anos em que elas passam a conviver  com a menopausa, sendo imprescindível uma prescrição médica para o tratamento dos diversos sintomas do hipoestrogenismo.
A decisão clínica de iniciar a terapêutica hormonal em pacientes sintomáticas irá beneficiá-las ao aliviar os sintomas, proteger contra a perda de colágeno e atrofia da pele, conservar a massa óssea e reduzir o risco de fraturas por osteoporose, atuando diretamente na qualidade de vida das pacientes. O que difere as terapias são os progestagênios, pois cada um traz um tipo de benefício. Entre as terapias disponíveis no mercado, novos e melhores progestágenos, tais como a drospirenona demonstraram em diversos estudos, eficácia comprovada com menos efeitos adversos e ainda, benefícios adicionais em outros órgãos e sistemas.

O estudo da Clínica Ginecológica do Hospital das Clínicas também observou que a idade da mulher na época em que ocorre a menopausa tem influência significativa sobre os sintomas e as doenças correlacionadas. Comparativamente, o grupo de 1585 pacientes que tiveram a menopausa entre 41 e 45 anos de idade apresentou um percentual de 27,89% de mulheres com sintomas vasomotores acentuados, contra 18,32% entre aquelas que entraram na menopausa com idade acima de 55 anos, em um universo de 202 pesquisadas.

Considerando-se a hipertensão arterial, uma das mais importantes doenças correlacionadas, observa-se que com o aumento da idade e instalação da menopausa, ocorre elevação significativa da pressão arterial. Entre as observadas, 34,20% das pacientes acima de 55 anos apresentavam pressão arterial igual ou superior a 141/91, sendo considerados ideais os índices até 120/80. Outro aspecto relevante é a elevação da pressão arterial quando há o aumento do IMC. Entre as pacientes obesas, 40,17% apresentavam pressão arterial maior ou igual a 141/91, enquanto apenas 15,06% das consideradas magras tinham os mesmos índices de hipertensão. “A prevalência da hipertensão arterial aumenta com a idade, desta forma, é importante que seja realizada uma vigilância destes índices em todas as mulheres climatéricas”, finaliza a Dra. Angela Maggio da Fonseca.
A tabela abaixo estratifica algumas das questões levantadas pela pesquisa, ao demonstrar como a ocorrência ou não dos sintomas podem ser influenciados pela faixa etária, tempo de menopausa (anos) e IMC.

Sintomas Faixa etária na época da menopausa¹ Tempo de menopausa² IMC³
Vasomotor Sim Sim Sim
Parestesia Sim Sim
Insônia Indiferente Indiferente
Nervosismo Sim Sim
Melancolia Sim Sim Sim
Vertigem Indiferente Indiferente
Fraqueza Sim Sim
Artralgia/mialgia Indiferente Indiferente Sim
Cefaleia Sim Sim
Palpitação Sim Sim
Formigamento Sim Sim

¹ Faixa etária na época da menopausa – Quanto mais precoce a idade da menopausa, maior a possibilidade da paciente apresentar os sintomas

² Tempo de menopausa – Os sintomas diminuem significativamente conforme aumenta-se o tempo de menopausa

³ IMC – O aumento do IMC eleva a possibilidade de sintomas

 

XV Congresso Paulista de Ginecologia e Obstetrícia começa nesta quinta-feira

Entre os dias 2 e 4 de setembro, ginecologistas e obstetras de todo o Estado e também de diversas regiões do país estarão reunidos em São Paulo,. No Expo Center Transamérica.  Durante o XV Congresso Paulista de Ginecologia e Obstetrícia, novidades na área de diagnósticos, fármacos, tratamentos e equipamentos estarão em mesas-redondas, palestras, fóruns e cursos.

O evento, promovido pela Associação de Obstetrícia e Ginecologia do Estado de São Paulo (SOGESP), terá também temas menos usuais em congressos científicos, alguns deles bastante polêmicos, que prometem debates acirrados. Serão 38 conferências, 63 mesas-redondas, 10 cursos intracongresso e outros 10 pré-congresso, além de 40 sessões de café com especialistas e 10 lunch meetings.
Também foram organizadas 11 sessões de ponto e contraponto, 8 debates informais, 20 sessões de “O que há de novo em…”, 6 sessões interativas, 4 períodos de apresentação de mais de 400 trabalhos científicos em forma de pôster, e ainda 37 apresentações orais dos melhores projetos.
Confira alguns dos destaques da programação:

INTERRUPÇÃO DA MENSTRUAÇÃO E ANTICONCEPÇÃO

A decisão de deixar de menstruar já é possível e vem ganhando cada vez mais adeptas em todo o mundo. No Brasil, não é diferente. Há casos em que a indicação é médica e tem o objetivo de tratar problemas sérios, como a endometriose, ou minimizar algum sintoma, como cólicas ou TPM. O tema, no entanto, é relativamente novo, gerando dúvidas por parte de pacientes e especialistas, além de algumas divergências.

As vantagens, desvantagens e métodos para a manutenção da mulher sem menstruar por longos períodos serão discutidos em forma de palestra e mesa-redonda, informa o dr. Paulo Giraldo, diretor-científico da SOGESP.

As novidades em anticoncepção também serão pontos altos do evento, trazendo para conhecimento de todos as futuras pílulas de hormônios naturais ou novos fármacos que agregam benefícios extras.

CIRURGIAS ROBÓTICAS E VIDEOCONFERÊNCIA

Entre as grandes novidades, destaque para as cirurgias robóticas e on-line em ginecologia. Já utilizadas em outras especialidades, como a neurologia ou a cardiologia, e experimentalmente em maior escala, também despontam como possibilidades para diversas situações da ginecologia, como a reprodução humana ou a videolaparoscopia.

O tema, no entanto, ainda é novo e deve despertar a curiosidade inclusive dos mais experientes.

MEDICINA ESTÉTICA

Solicitação cada vez mais constante no consultório do tocoginecologista, a abordagem estética será o mote de importante mesa-redonda.

“Cirurgias estéticas ou aplicação de botox na região genital são cada vez mais solicitadas pelas pacientes. Além disso, as mulheres têm dúvidas que não são propriamente ginecológicas, sobre depilação, tingimento de pelos pubianos, estrias ou manchas na pele, mas que acabam tendo que ser respondidas pelos ginecologistas”, explica dr. Paulo Giraldo.

Segundo ele, os profissionais não apenas precisam de informações sobre estes temas, mas também querem saber até que ponto vai a atuação do ginecologista, e quais os prós e os contras de se realizar procedimentos estéticos. Sobre o assunto, será realizada uma sessão de “Ponto e Contra-ponto” para discutir até onde o ginecologista poderá atuar.

ADMINISTRAÇÃO E MARKETING EM CONSULTÓRIO
Apesar de ótimos profissionais, os ginecologistas e obstetras, em geral, são péssimos administradores, revela dr. Paulo Giraldo. “Como não recebem orientação durante o curso médico, nas faculdades, acabam tendo sérias dificuldades de administrar seus consultórios. A dificuldade não está restrita apenas aos consultórios, mas também às clínicas e hospitais”.

No Congresso, os participantes receberão informações sobre gerenciamento e marketing de consultório, sempre relacionadas ao novo Código de Ética Médica.

HIGIENE ÍNTIMA

Diante do crescente surgimento de produtos voltados à higiene íntima feminina, é preciso reavaliar as indicações médicas sobre o tema, orientando as pacientes e alertando-as sobre a importância da escolha dos produtos e modo de usar para evitar efeitos indesejáveis.

FORMAÇÃO MÉDICA

A formação do tocoginecologista, as particularidades dos programas de residência médica e os principais aspectos que precisam ser melhorados estarão em pauta.

“Vivemos hoje realidades muito diferentes nos diversos pontos do país não apenas nas residências médicas, mas no currículo das faculdades, deixando algumas delas muito distantes do que é considerado ideal. O estado de São Paulo tem obrigação de zelar pela qualidade de suas residências em obstetrícia e ginecologia”, alerta dr. Giraldo.

DIA A DIA DO CONSULTÓRIO

O XV Congresso Paulista, com todas estas novidades, priorizará o dia a dia do tocoginecologista, sua atuação no consultório e as principais demandas durante sua rotina.

A rotina de investigação pré-natal, o esquema vacinal durante a gestação e a avaliação clínica do sofrimento fetal serão debatidos por experientes profissionais e poderão ajudar muito a prática dos obstetras presentes no XV Congresso Paulista.

“Debateremos as doenças sexualmente transmissíveis, saúde ginecológica, reprodução humana, endometriose, videolaparoscopia, vulvovaginites de repetição e muitos outros temas de grande interesse”, adianta dr. Giraldo.

Segundo ele, mais de 80% da grade científica é voltada para atualização e reciclagem profissional, atendendo especialmente o profissional que tem uma rotina extremamente corrida, sem tempo muitas vezes para ler ou participar de cursos, muito menos viajar para os eventos internacionais. Teremos também sessões “O que há de novo em..”, para oferecer as informações mais atuais e de ponta na ciência.

“Além disso, 10 cursos pré-congresso e outros 10 cursos intracongresso com temas práticos, mas profundos, para auxiliar na resolução de problemas das mais diversas ordens.

XV Congresso Paulista de Ginecologia e Obstetrícia

Data: 2 a 4 de setembro de 2010

Local: Transamérica Expo Center

Endereço: Avenida Dr. Mário Villas Boas Rodrigues, 387, Santo Amaro – acesso pela Av. das Nações Unidas (Marginal Pinheiros), Ponte Transamerica

Mais informações e inscrições: www.sogesp.com.br

Destaques do XV Congresso Paulista de Ginecologia e Obstetrícia

De 2 a 4 de setembro, no Expo Center Transamérica, especialistas de São Paulo e do Brasil debaterão os temas mais relevantes para a boa assistência à mulher

Diabetes e hipertensão na gravidez, cirurgia minimamente invasiva, vacinas para o HPV, câncer ginecológico, rastreamento do câncer de colo uterino, cirurgia robótica… É amplo e rico o temário do XV Congresso Paulista de Ginecologia e Obstetrícia, que ocorre entre 2 e 4 de setembro, com o intuito de contemplar todas as necessidades dos especialistas em sua atuação diária.

“A programação abordará os principais tópicos em ginecologia e obstetrícia para oferecer atualização prática de excelência”, afirma Paulo Giraldo, diretor científico da SOGESP. “Será um grande diferencial para o desenvolvimento profissional e a consequente qualificação da assistência à saúde de nossas pacientes”.

Para a edição 2010 do Congresso, além dos tradicionais Julgamentos Médicos, ocorrerão fóruns especiais sobre residência médica em ginecologia e obstetrícia; avaliação do ensino médico no estado de São Paulo; debates sobre honorários médicos em tocoginecologia; palestras sobre a valorização profissional; discussão sobre qualidade de vida dos especialistas; sobre gerenciamento de consultórios e muitos pontos e contrapontos sobre assuntos polêmicos.

“Construímos um congresso que atende às necessidades científicas de nossos pares, mas que não fica apenas nisso. Abriremos espaços privilegiados para tratar de nossa atual realidade profissional: vamos falar de honorários, dos problemas com os planos de saúde e na saúde pública, abrir a possibilidade de aperfeiçoar as rotinas dos consultórios e assim por diante, comenta César Eduardo Fernandes, presidente da SOGESP. “Enfim, teremos um encontro vivo e efervescente com papel transformador de nosso presente e futuro.”

O formato do XV Congresso Paulista é bem dinâmico. Serão 38 conferências, 63 mesas- redondas, 10 cursos intracongresso e mais 10 pré-congresso, além de 40 sessões de café com especialistas e 10 lunch meetings.

Também foram organizadas 11 sessões de ponto e contraponto, 8 debates informais, 20 sessões de “O que há de novo em…”, 6 sessões interativas, 5 períodos de apresentação de trabalhos científicos em forma de pôster, e ainda 30 apresentações orais dos melhores projetos. Como já se sabe que muitas palestras serão extremamente concorridas, a coordenação disponibilizará telões para acompanhamento simultâneo em duas salas extras.

Confira a programação cientítica preliminar no portal www.sogesp.com.br

Dossiê mostra situação do aborto inseguro no Rio de Janeiro

De 1999 a 2007, mais de 800 mil abortos foram induzidos no Estado do Rio de Janeiro, sendo que 3 em cada 4 deles foram realizados em mulheres de 15 a 29 anos. Em 2008, o estado somou 15.868 internações motivadas por aborto inseguro.

Dados como estes estão no dossiê “A realidade do aborto inseguro: O impacto da ilegalidade do abortamento na saúde das mulheres e nos serviços de saúde do Estado do Rio de Janeiro”, lançado no dia 3 de maio de 2010, em audiência pública na Assembléia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (ALERJ), por representantes das entidades Ipas Brasil, Grupo Curumim, Articulação de Mulheres Brasileiras e Jornadas pelo Direito ao Aborto Legal e Seguro.

Alguns destaques do estudo:

– mulheres negras morrem muito mais em conseqüência de abortos inseguros, quando analisada a variável raça/cor;

– a técnica de aspiração manual intra-uterina (AMIU), método indicado pelo Ministério da Saúde para o atendimento humanizado à mulher em situação de abortamento, só foi oferecida para 3,54% das mulheres internadas nos hospitais do SUS no Rio de Janeiro;

– em 2008, segundo as informações do SIH-SUS, a principal causa de internação para as mulheres em idade fértil são as internações obstétricas;

– as principais causas de mortes maternas obstétricas diretas no Brasil são a hipertensão arterial, as hemorragias e o aborto. Todas essas causas são consideradas evitáveis. Segundo o Relatório do Comitê de Mortalidade Materna de 2009, no estado do Rio de Janeiro as principais causas de mortes maternas diretas também são estas;

– mulheres que tiveram complicações por aborto estão entre as pacientes mais negligenciadas quanto aos cuidados de promoção da saúde reprodutiva e não são encaminhadas a serviços e profissionais capacitados;

– o aborto realizado em condições de risco freqüentemente é acompanhado de complicações severas, agravadas pelo desconhecimento desses sinais pela maioria das mulheres e da demora em procurar os serviços de saúde, que, na sua maioria, não está capacitado para esse tipo de atendimento.

A elaboração do dossiê insere-se no trabalho coordenado por Ipas Brasil, em parceria com o Grupo Curumim, em vários estados brasileiros, com o objetivo de gerar debates sobre a realidade do abortamento inseguro e o impacto da ilegalidade na saúde e vida das mulheres e nos serviços de saúde do Sistema Único de Saúde (SUS).

Estudo realizado por Ipas Brasil e o Instituto de Medicina Social da Universidade Estadual do Rio de Janeiro, com apoio do Ministério da Saúde, mostra que o número de abortos realizados no Brasil passa de 1 milhão por ano. Mais de 220 mil deles têm como conseqüência, entre várias complicações, infecções graves e perfurações no útero.

Dor pélvica, um problema do universo feminino

A mulher possui uma região no corpo chamada de pelve, localizada logo abaixo do abdome, que é formada por dois ossos do quadril, sacro e cóccix, onde se encontram o útero, os ovários, as tubas uterinas, a bexiga e o reto. E dores nesse espaço do corpo podem surgir de forma aguda, súbita e intensa, ou crônica, quando têm pelo menos alguns meses de duração.

“Essa dor pode ser causada tanto pela contração da musculatura do assoalho pélvico como pela alteração da função intestinal, por problemas de cistos no ovário, miomas, infecções na região da pelve e endometriose”, explica a ginecologista Dra. Rosa Maria Neme (CRM SP-87844), graduada em Medicina pela Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo, com residência médica e doutorado em Medicina na área de Ginecologia pela Universidade de São Paulo e Diretora do Centro de Endometriose São Paulo, clínica especializada no tratamento da doença.

Como suas causas são variadas, o tratamento será prescrito conforme sua origem. Para entender mais sobre este problema, muito comum no universo feminino, entrevistamos a Dra. Rosa Maria Neme, que relata mais detalhes sobre o assunto. Acompanhe!

1-O que é Dor Pélvica? E quais as suas causas?

A dor pélvica é uma dor no baixo ventre que pode ser sentida na forma de cólica, aperto ou como uma pontada. As causas são diversas e entre elas destaca-se a presença de mioma, alterações vasculares no útero como a presença de varizes pélvicas, cistos de ovário e endometriose que é, atualmente, a principal causa de dor pélvica nas mulheres em idade reprodutiva.

2-Como ela é sentida pela paciente?

É sentida, na grande maioria das vezes, como uma cólica que pode acontecer na menstruação ou fora dela, sensação de peso ou pontada. A dor pélvica está sempre ligada ao sistema reprodutivo e é um sinal de alguma outra doença presente na região, por isso precisa ser investigada.

3-Ela só atinge os órgãos genitais internos?

Em geral, sim. Pode acometer os órgãos externos, mas a manifestação, nesses casos, não é de dor, mas sim de ardor, coceira, entre outros sintomas.

4-Quais as diferenças entre dor pélvica aguda e crônica?

A dor aguda é aquela que acontece de forma inesperada e a crônica é aquela que já está presente há algum tempo, é constante e intermitente.

5-Quais os tratamentos?

O tratamento depende da causa do processo. Se for endometriose, o tratamento é cirurgia para retirada da doença. Se for mioma, indica-se a retirada ou tratamento com medicamentos. Se for varizes pélvicas, o tratamento é feito com medicações analgésicas apenas.

6-Existe alguma estimativa de quantas mulheres sofrem com este problema?

Existem estimativas para outras doenças, mas não sobre a dor pélvica. A endometriose acomete cerca de 15 a 20% das mulheres em idade reprodutiva. Mulheres acima dos 50 anos de idade têm chance de 50% de ter miomas.

7-Se a dor pélvica não for bem tratada, ela pode evoluir para algum outro problema?

Tudo irá depender da causa da dor. No caso da endometriose, a mulher pode ter infertilidade e dor crônica. No caso do mioma, pode ter ciclos menstruais com hemorragia e infertilidade.

8- Ela atinge mulheres em qual faixa de idade?

Pode acometer mulheres em qualquer faixa etária.

Perfil

Dra. Rosa Maria Neme (CRM SP-87844) – A Dra. Rosa Maria Neme é graduada em Medicina pela Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo (1996) e doutorado em Medicina na área de Ginecologia pela Universidade de São Paulo (2004). Realizou residência-médica também na Universidade de São Paulo (2000). Além de dirigir o Centro de Endometriose São Paulo, ela integra a equipe médica do Hospital Israelita Albert Einstein, Samaritano, São Luiz e Sírio Libanês.

Sessenta minutos ou mais de atividade física diária é o ideal para controlar o peso das mulheres

Por Ricardo Teixeira*

Uma pesquisa recém-publicada pelo periódico JAMA, Jornal da Associação Americana de Medicina, demonstra que a prática de 60 minutos diários ou mais de atividade física moderada é mais recomendável para evitar sobrepeso e obesidade entre as mulheres do que exercícios em menores quantidades e intensidades.

O estudo acompanhou de forma prospectiva, e por 13 anos, cerca de 40 mil americanas com média de idade de 54 anos e que mantiveram suas dietas habituais. No início do estudo, 50% das mulheres faziam menos de 150 minutos por semana de atividade física moderada, 22% faziam mais de 420 minutos, e o restante tinha um nível de atividade intermediário entre esses dois primeiros grupos. Apenas 13% das mulheres começaram o estudo com peso normal e conseguiram chegar ao final sem sobrepeso ou obesidade. Essas mulheres tiveram uma média de atividade física semanal de 420 minutos, 60 minutos por dia.

Estima-se que 40% dos brasileiros adultos apresentam excesso de peso, de acordo com a Pesquisa de Orçamentos Familiares 2002-2003 conduzida pelo IBGE. Emagrecer já é uma tarefa difícil, e a manutenção do peso após alguns quilos perdidos é mais difícil ainda. O melhor negócio é não deixar o peso se acumular com o passar do tempo, e essa é uma equação teoricamente simples: não podemos ingerir mais calorias do que gastamos. Na prática, é importante que as pessoas tenham em mente o quanto de atividade física é necessária para controlar o peso, mas essa é uma informação que ainda não está tão bem definida pela ciência.

Quando se fala em prevenção de doenças vasculares como o derrame cerebral e infarto do coração, assim como prevenção de doenças crônicas e degenerativas, a recomendação de pelo menos 150 minutos semanais de atividade física moderada é a mais amplamente difundida. É isso que a Associação Americana do Coração e o Colégio Americano de Medicina do Esporte preconizam, mas não definem se essa quantidade de atividade física é suficiente para evitar ganho de peso. Já o Instituto de Medicina dos Estados Unidos recomenda, desde o ano de 2002, a realização de 420 minutos de atividade física moderada por semana para evitar que adultos entrem na faixa de sobrepeso ou obesidade. As evidências científicas que embasam essa recomendação têm sido questionadas, mas o atual estudo reforça com metodologia impecável essas diretrizes do Instituto de Medicina. É importante ressaltar que os resultados da pesquisa ainda revelam que, para as mulheres com sobrepeso ou que estão obesas, os 60 minutos diários de atividade física não são suficientes para alcançar um peso normal. Estas precisam realmente fazer uma dieta de restrição calórica.

* Ricardo Teixeira é doutor em neurologia e pesquisador do Laboratório de Estudos Avançados em Jornalismo da Unicamp. Dirige o Instituto do Cérebro de Brasília e é o autor do Blog “ConsCiência no Dia-a-Dia” – http://www.consciencianodiaadia.com.br

Endometriose: cólicas menstruais muito intensas e dor durante a relação sexual

O estilo de vida da mulher moderna vem sendo apontado como o grande responsável pelo aumento de casos da endometriose

Ainda não totalmente desvendada pela Medicina, a endometriose se apresenta cada vez com mais freqüência. Sua incidência tem aumentado consideravelmente, porém os especialistas ainda não sabem ao certo a causa do problema. “Com a difusão de mais informações sobre a doença, tanto para os médicos, quanto para a população em geral, os diagnósticos estão sendo feitos com maior precisão e em maior número”, afirma o ginecologista Aléssio Calil Mathias, diretor da Clínica Genesis.

Além da maior facilidade de diagnóstico, que faz com que mais casos sejam identificados, o estilo de vida da mulher moderna vem sendo apontado como o grande responsável pelo aumento de casos da endometriose. “Hoje, a tendência mundial é que a mulher se case e engravide mais tarde e tenha menos filhos. Em conseqüência destes comportamentos, a mulher fica mais exposta aos ciclos menstruais, o que a torna mais suscetível à doença”, explica o ginecologista.

Informações Básicas sobre a doença

Relacionada ao ciclo menstrual e ao sistema imunológico, a endometriose atinge até 10% das mulheres em idade fértil e é encontrada com mais freqüência nas que têm mais de 35 anos. Porém, 20% delas nem sempre sabem que têm a doença porque não apresentam nenhum sintoma. “A paciente que tem algum parente em primeiro grau com endometriose corre mais risco de desenvolver a doença, que se desenvolve na adolescência. Entretanto, o diagnóstico, geralmente, só é feito entre mulheres de 25 a 35 anos”, observa o diretor da Clínica Genesis.

A endometriose é caracterizada pelo implante de células endometriais fora do útero. “O nome da doença vem da palavra endométrio, camada que reveste o interior do útero e que é eliminada durante a menstruação, todos os meses, se a mulher não engravidar. A endometriose ocorre quando, por algum motivo, o endométrio se encontra fora do útero”, explica  o ginecologista.

A razão de parte das células do endométrio sair do útero e se reagrupar em outras regiões como ovários, tubas uterinas, superfície do útero, bexiga, dentre outros órgãos, ainda não foi completamente esclarecida pela ciência. “Porém, com o conhecimento que já adquirimos,  sabemos que os focos de endométrio alojados em outros órgãos continuam estimulados pelos hormônios. E, a cada ciclo menstrual, se comportam como se estivessem dentro do endométrio. Dessa maneira, a cada menstruação, ocorrem sangramentos semelhantes ao fluxo menstrual normal nos focos de endométrio dispersos”, explica Aléssio Calil Mathias.

Além da menstruação, os especialistas acreditam que a doença pode se instalar em algumas mulheres devido a algum distúrbio no sistema imunológico das portadoras de endometriose. Essa é uma das teorias mais modernas que explicam o surgimento da doença: Em geral, quando as células do endométrio se alojam em outras regiões do organismo feminino, o sistema imunológico entra em ação para que seja realizada a limpeza ou a eliminação dos focos de endométrio fora do útero. “Mas, por algum problema no sistema imunológico, esta ‘limpeza do organismo’ não acontece. Daí, as células se implantam nesses locais, sofrem a ação dos hormônios e acabam por desenvolver a endometriose”, explica o médico.

Caracterização do quadro doloroso

Todo este desequilíbrio no organismo e o crescimento do tecido endometrial em lugares incomuns causam sintomas bastante dolorosos. “O primeiro a aparecer, em geral, é a cólica menstrual (dismenorréia). Ela é progressiva. Ou seja, no princípio, a mulher refere-se a ela como leve. Entretanto, com o passar dos anos, a dor vai piorando até ficar muito intensa, o que a impede de fazer suas atividades habituais. Outro sintoma é a dor durante a relação sexual (dispaneuria)”, alerta o ginecologista.

As cólicas menstruais que caracterizam a endometriose não melhoram com medicação, apresentam-se muito severas e requerem repouso. A dor que acontece durante a relação sexual, em geral, aparece quando a penetração é profunda e tende a ser mais intensa no período pré-menstrual.

Como as células  do endométrio podem se alojar em várias regiões do organismo feminino, as teorias mais modernas defendem que a endometriose também não se apresenta como uma só, mas, na verdade, de maneiras distintas. São três as principais formas de endometriose. Uma delas aparece na superfície do peritônio, camada que reveste internamente o abdome. A outra, mais freqüente, é a forma ovariana, na qual os focos do endométrio se apresentam como cistos com conteúdo de cor achocolatada. Por fim, existe a endometriose profunda, quando as células invadem as camadas do intestino e o septo retovaginal. Esta forma, além de dificultar as relações sexuais, ainda pode causar sangramento e obstrução intestinal.

Importância do histórico clínico da paciente

O diagnóstico inicial da endometriose pode ser feito por meio do histórico clínico da paciente e dos sintomas característicos da doença. “Nesses casos, um exame ginecológico também pode ajudar. A avaliação física é igualmente essencial na investigação da doença. O exame do abdome pode revelar ao ginecologista se há aumento abdominal ou dores localizadas. Já o exame do colo do útero pode detectar a doença no colo e/ou na parede vaginal, enquanto o toque ginecológico avalia possíveis aumentos nos ovários, dores atrás do útero e eventuais nódulos dolorosos presentes na endometriose profunda”, detalha o ginecologista e obstetra Aléssio Calil Mathias.

Dentre os exames complementares, que podem auxiliar a compor um diagnóstico preciso, destacam-se o ultra-som transvaginal especializado, que permite ao ginecologista obter imagens do útero, dos ovários e de lesões profundas causadas pela endometriose. A ressonância magnética da pélvis também auxilia no diagnóstico da endometriose profunda. “Contamos também com a videolaparoscopia, considerada por muitos o melhor método para diagnosticar a doença e para iniciar o tratamento, nos casos em que a cirurgia é indicada. Uma das vantagens deste exame é que ele permite ao médico enxergar pequenos focos da doença, nem sempre perceptíveis nos outros exames”, explica o ginecologista.

O tratamento da endometriose pode ser clínico ou cirúrgico, dependendo do tipo, do estágio que a doença atingiu e de quanto tempo está instalada. “A primeira preocupação ao iniciar o tratamento é saber se a mulher quer se livrar da dor ou engravidar. Dependendo da intenção da paciente, é indicado o melhor método terapêutico”, informa Aléssio Calil Mathias.

O uso de medicamentos é realizado nos casos mais brandos da doença, em mulheres que não desejam engravidar. É feito com a indicação do uso de anticoncepcionais orais ou injetáveis. “Outros medicamentos utilizados são os que paralisam as funções dos ovários e, com isso, diminuem a produção do hormônio estrógeno. Assim, quanto menor a concentração desse hormônio, menores os riscos de a doença progredir e menos intensas serão as dores”, explica o médico.

Fonte:

http://www.clinicagenesis.com.br

EUA muda diretriz e recomenda mamografia apenas a partir dos 50 anos. Médicos brasileiros discordam

Segundo as novas diretrizes, esta é a nova idade para início dos exames para mulheres que não pertencem aos grupos de risco

As novas orientações mudam também a frequência: dos 50 aos 74 anos, os testes devem ser realizados a cada dois anos, e não anualmente. As novas diretrizes foram elaboradas pelo US Preventive Services Task Force, e também geraram polêmica nos EUA.

A justificativa dos autores para a mudança é para evitar o excesso de exames desnecessários e diminuir o número de resultados falsos positivos. Além disso, dizem eles, as mamografias podem apontar tumores que cresceriam tão devagar que nunca seriam detectados. Nesses casos, a paciente passaria por um tratamento sem necessidade.

Veja a nota oficial da Sociedade Brasileira de Mastologia:

“A Sociedade Brasileira de Mastologia mantém a posição de que a mamografia é necessária a partir dos 40 anos e deve ser feita anualmente. O presidente da SBM, Dr.Ricardo Chagas, afirmou que a entidade não vai mudar de opinião por causa do estudo feito nos Estados Unidos. “Nossa realidade é muito diferente daquela encontrada nos Estados Unidos e na Europa. Nos Estados Unidos há uma cultura antiga de se fazer a mamografia. Os tumores encontrados lá são de estágios iniciais, em média de um centímetro. Diferente dos que encontramos no Brasil, que tem uma alta incidência de tumores em estágio avançado por causa de diagnóstico tardio, explica.

Dr. Ricardo Chagas ressalta que o panorama atual do câncer de mama no Brasil não permite um retrocesso nesse sentido. “Precisamos continuar na defesa da detecção precoce e da mamografia feita a partir dos 40 anos para que em um futuro breve os tumores, assim encontrados, sejam diferentes da realidade atual na qual os tumores são grandes”.

Outro ponto citado no estudo é destacado por Dr Ricardo. É o que chamaram de ‘falso positivo’. “O que eles chamam de falso positivo são lesões muito iniciais, mas que não são falsas; elas existem e isso não significa que o exame esteja errado”. A tendência internacional é de que a nomenclatura dessas lesões iniciais seja mudada.

O presidente da Sociedade Brasileira de Mastologia cita ainda outro aspecto do estudo: a recomendação de se fazer mamografia de dois em dois anos. “Um dos maiores problemas é que existe o ‘câncer de intervalo’, aquele em que se faz mamografia hoje e não acusa nada e antes mesmo de completar um ano, faz-se outra, daí, a própria paciente percebe um tumor palpável. Ou seja, se fazendo mamografia com intervalo de um ano, isso já acontece, imagina deixar para fazer a cada dois anos? Sabemos que alguns tumores crescem rápido, praticamente dobram de tamanho de um ano para o outro. Muita gente interpreta isso como uma falha da mamografia, quando se trata de um câncer de intervalo”, explica Dr.Ricardo.

A Sociedade destaca ainda que este é um estudo isolado e que é preciso ter outras avaliações para não haver precipitação.”

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Gravidez representa proteção adicional contra câncer de mama

Já era conhecido o fator protetor desempenhado pela amamentação. Pesquisa recente sugere também unificação da proteção originária de fatores hormonais

A pesquisa publicada no periódico “Cancer Prevention Research” afirma que hormônios estrogênio, progesterona e a gonadotrofina coriônica humana, produzidos durante a gravidez, induzem a proteína alfa-fetoproteína (AFP), que é um agente conhecido e utilizado para coibir o crescimento dos tumores mamários.

A pesquisa foi conduzida por Herbert Jacobson, que atua como pesquisador no Centro para Doenças Imunológicas e Microbianas no Departamento de Obstetrícia, Ginecologia e Ciências Reprodutivas do Colégio Médico Albany, em Nova York

A AFP é uma proteína produzida normalmente pelo fígado e pela vesícula vitelina que envolve e nutre o feto nas primeiras semanas de sua gestação.

Jacobson e seus colegas procuraram determinar se a administração de hormônios da gravidez a ratas expostas a agentes cancerígenos as levava à produção da AFP, o que, por sua vez, causa o efeito protetor.

Os resultados do estudo mostraram que o tratamento com estrogênio e progesterona, estrogênio sozinho ou gonadotrofina coriônica humana reduz a incidência de câncer de mama nos ratos.

Além disso, os pesquisadores notaram que cada um destes tratamentos elevou o nível de AFP no sangue e inibia diretamente o crescimento das células de câncer de mama em cultivos, o que indica que estes hormônios da gravidez servem para prevenir essa doença.

Powel Brown, editor da publicação da Associação Americana para a Prevenção do Câncer, diz que os pesquisadores não mostraram diretamente a atividade preventiva do câncer da AFP, mas encontraram uma associação destes hormônios na prevenção dos tumores de mama.

Fonte: A Proposed Unified Mechanism for the Reduction of Human Breast Cancer Risk by the Hormones of Pregnancy

Published Online First on November 24, 2009

[Cancer Prevention Research, 10.1158/1940-6207.CAPR-09-0050]