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Archive for novembro \27\-03:00 2009

Programação Conexão Médica de Dezembro – 2009

FAQ Sobre Obesidade

Numa época onde as mais variadas dietas fazem parte do hábito alimentar, a obesidade figura entre os inimigos mortais da saúde e se caracteriza pelo acúmulo excessivo de gordura corporal, trazendo prejuízos à saúde do indivíduo e compromete a sua integração social.

“Apesar de se tratar de uma condição clínica individual, a obesidade é vista, cada vez mais, como um sério e crescente problema de saúde pública. O excesso de peso predispõe o organismo a uma série de problemas, como doença cardiovascular, apnéia do sono, hipertensão arterial e alterações na circulação”, revela Dr. Vladimir Schraibman (CRM-SP 97304), especialista em cirurgia geral, gastrocirurgia e único orientador de Cirurgias Robóticas da área de Cirurgia Geral e do Aparelho Digestivo do Hospital Israelita Albert Einstein (Proctor Intuitive Robotic System).

Em entrevista, Dr. Vladimir Schraibman responde 10 questões fundamentais sobre o tema:

1- Como definir obesidade? Ela pode ser considerada uma doença?

A obesidade pode ser definida como um índice de massa corporal (IMC) acima de 25. Quando esse índice está acima de 40, ela é definida como mórbida. Este número é obtido dividindo-se o peso em quilogramas pela altura em metros ao quadrado. Sem dúvida, a obesidade pode ser considerada uma doença e, nos dias atuais, uma epidemia que só vai aumentar. O tratamento preventivo é a melhor solução. A cirurgia bariátrica tem se apresentado como a melhor solução para os casos de obesidade mórbida.

2- Quais as causas da obesidade? Quais as pesquisas mais recentes nessa área?

Dentre as causas se destacam os fatores genéticos, ambientais (hábitos pessoais e familiares), hábitos populacionais, religião, fatores sócio-econômicos, compulsão ou depressão, entre outros.

As pesquisas mais recentes publicadas no periódico Obesity Surgery apontam para a multifatoriedade na gênese desta questão, levando a enorme dificuldade encontrada pelos pacientes em solucionar a sua situação uma vez instalado o problema.

3- Como saber se a origem é genética, hormonal ou por excesso de ingestão de alimentos?

Não há dados suficientes para que se mensure a influência de cada aspecto, já que a questão é multifatorial.

4- Como identificar quando a obesidade é causada por distúrbios psicológicos?

Geralmente, a obesidade de instalação rápida e sem causa aparente pode estar relacionada a distúrbios psicológicos ou hormonais. São os casos nos quais a pessoa engorda muito num curto espaço de tempo.

5- Podemos dizer que existe o melhor tratamento da obesidade?

A correta avaliação por médico competente é a melhor opção, que poderá indicar o tratamento adequado para o perfil do paciente, de acordo com os fatores relacionados, identificados por exames e consulta. Não podemos falar no melhor tratamento, mas sempre pensar em prescrever um tendo em vista as condições da pessoa. Cada caso é um caso, sempre.

6- Como uma pessoa pode saber que está acima do peso e entrando no quadro de obesidade ou obesidade mórbida?

Pessoas com IMC acima de 25 devem prestar atenção. A presença de familiares diretos com obesidade também deve acender sinal de alerta.

7- Quais os problemas físicos mais comuns ocasionados pela obesidade?

Os problemas desencadeados pela obesidade são inúmeros e vão desde a limitação física a trabalhos básicos e à locomoção, até distúrbios mais graves, como o aumento do colesterol, do triglicérides e da pressão arterial, diabetes, gota, artrose, coronariopatia, insuficiência renal, apnéia noturna do sono, esteatose hepática, insuficiências glandulares, entre outros.

8- Quais doenças que a obesidade pode causar em um indivíduo?

A de maior risco é a Síndrome X ou Síndrome Metabólica, que se constitui por hipertensão arterial, dislipidemia, hiperglicemia e resistencia aumentam a insulina.

9- A diabetes é uma delas? Então, como deve ser o tratamento para controlar as duas questões?

O tratamento deve ser feito a base de dieta hipocalórica, definida em parceria com um nutricionista, atividade física e cirurgia de redução de peso, quando indicado, e prescrição de medicações, quando necessárias.

10- Como o cirurgião gástrico e o endocrinologista atuam juntos no tratamento do paciente obeso?

O tratamento de um indivíduo obeso deve ser multidisciplinar, incluindo ainda cardiologistas, nutricionistas, psicólogos e outros profissionais, de acordo com o quadro clínico.

Fonte: Dr. Vladimir Schraibman / CRM-SP 97304 (Cirurgia Geral e Gastrocirurgia)

Especialista em cirurgia geral, gastrocirurgia e único orientador de Cirurgias Robóticas da área de Cirurgia Geral e do Aparelho Digestivo do Hospital Israelita Albert Einstein (Proctor Intuitive Robotic System).

Graduado em Medicina pela Universidade Federal de São Paulo, com mestrado e doutorado em Ciências Médicas pelo Departamento de Cirurgia da Universidade Federal de São Paulo – Escola Paulista de Medicina, Dr. Vladimir Schraibman é membro da Sociedade Brasileira de Cirurgia Videolaparoscópica (Sobracil), é médico colaborador do Setor de Fígado, Pâncreas e Vias Biliares do Departamento de Cirurgia da Universidade Federal de São Paulo, além de integrar o corpo clínico do Hospital Albert Einstein. Tem diversos artigos publicados em revistas e jornais científicos do Brasil e do exterior, além de intensa participação em congressos nacionais e internacionais.

Sociedade Brasileira de Hematologia e Hemoterapia reforça a necessidade da doação de sangue

O número de doadores de sangue está abaixo do esperado no Brasil. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), o ideal seria ter em torno de 3 a 4% da população como voluntários, porém atualmente representam apenas 1,7% dela. “Um dos motivos de não termos um número considerável de doadores é a falta de informação. As pessoas têm receio do material utilizado, medo de contaminação, além dos mitos que doar sangue emagrece, engorda, vicia ou enfraquece o organismo”, afirma o presidente da Sociedade Brasileira de Hematologia e Hemoterapia (SBHH), Dr. Carlos Chiattone.

 

Outra razão que faz com que os bancos de sangue tenham falta de bolsas é a proximidade de um feriado, data que as pessoas costumam viajar e deixam de comparecer nos hemocentros. Porém, nessas épocas também aumentam o número de acidentes nas estradas. De acordo com Chiattone, nos feriados há uma queda de 30% nas doações, o que pode comprometer o atendimento aos pacientes.

 

Além de obter doações suficientes para realizar as transfusões, o presidente espera que a sociedade colabore também para ajudar as pessoas que sofrem de doenças crônicas, de leucemia e as que estão internadas em serviço de emergência. “Há risco real de morte para os pacientes que precisam de plaquetas, e diversos serviços de hemoterapia no país já estão com o estoque esgotado. O sangue e seus componentes salvam muitas vidas, por isso não há gesto mais humano do que o de doar sangue”, diz.

 

Os candidatos à doação deverão somente ter entre 18 e 65 anos, peso igual ou superior a 50 kg, estar em boas condições de saúde e apresentar um documento de identificação com foto.

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Programação da semana – 23 a 27/11/09

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Programação do dia Segunda-Feira – 16/11/2009

Todos estes horários referem-se ao horário de Brasília. Lembrem-se que estamos em horário de verão.

 

09:50 – Curso de Onco-hematologia: Aspectos Psiquiátricos do Paciente Onco-hematológico – Ansiedade (Aula na íntegra)

10:30 – Programa de Atualização em Psico Oncologia: Equipe Multiprofissional.

12:00 – Educação Continuada em Saúde – visão geral: Construção de conteúdo: gerenciamento e responsável crítico

14:10 – Idéias e Desafios na Saúde – Ano V: Self- Healing

15:30 – Curso de Atualização Profissional em Cirurgia Oncológica – Ano IV: Inovações tecnológicas na Cirurgia Minimamente Invasiva

17:40 – Reunião da Disciplina de Urologia – FMUSP – Ano VI: -MASSA EM ADRENAL -PREVENÇÃO DE CÂNCER DE PRÓSTATA -CISTOS RENAIS -URÉTER VAGINAL -HIDRONEFROSE ANTENATAL BILATERAL – REFLUXO

19:21 – Curso de Atualização Profissional em Cirurgia Vascular e Endovascular – SBACV-SP – Ano III: Profilaxia do tromboembolismo pulmonar I – Por que os guidelines não são seguidos?

20:10 – Curso de Cuidados Paliativos – ANCP – Ano III: Avaliação Prognóstica

21:40 – Simpósio AMIB – Pós Congresso da Sociedade Americana de Medicina Intensiva – SCCM – Nashville 2009: Ventilação Mecânica e SARA

22:40 – Curso de Cuidados Paliativos – ANCP – Ano III: Reabilitação em Cuidados Paliativos

Clima, Poluição e Medicina

 

Em outubro de 2009, na Assembleia Geral da Associação Médica Mundial (WMA), foi aprovada a Declaração de Deli, política de recomendações produzida pela WMA sobre mudanças climáticas e seus impactos na saúde humana.  O documento será lançado na Conferência Doutores do Ambiente, que acontecerá em 28 de novembro, no Teatro da Faculdade de Medicina da USP.

O planeta já apresenta vários sinais e sintomas de doença. Febre Progressiva, pelo aquecimento da Terra; dependência física de petróleo; obesidade, por consumirmos energia em excesso; dispneia pela contaminação da atmosfera por poluentes; obstrução arterial difusa, por congestionamentos intermináveis; insuficiência renal, por não conseguirmos eliminar adequadamente os nossos resíduos;diabetes, caracterizado pela incapacidade de aproveitar plenamente as fontes energéticas que dispomos.

Exames mais detalhados revelariam tremores de terra ocasionais, edema pela elevação dos mares e chuvas torrenciais, alopécia por desmatamento, obstipação pelo despejo de esgoto nos rios e, por que não confessar, flatulência, eliminada de tempos em tempo, indiscreta e despudoradamente, sob a forma de tornados e tufões. Acrescenta-se a tudo confusão mental, que nos impede de avaliar adequadamente a gravidade da situação. Finalmente, temos que admitir impotência ante a este estado de coisas.

É imperativo que os profissionais da saúde tenham uma atitude mais ativa, auxiliando a elaboração de ações voltadas à sustentabilidade, que deveriam obedecer aos seguintes parâmetros: esclarecimento aos pacientes, exemplos, parcerias, limites, ética e coragem.

Os pacientes devem ser informados que medidas voltadas para adoção de práticas com menor demanda energética promovem benefícios imediatos e significativos à saúde daqueles que as adotam. Atividades como caminhar e andar de bicicleta diminuem o risco de doenças cardiovasculares.

Ao reduzir o consumo de energia dentro de casa e incentivar o hábito nos locais de trabalho, os médicos exercem liderança pelo exemplo. É possível agir como parceiros da sociedade civil propondo ações de mitigação das emissões de poluentes e adaptação ante aos impactos ambientais.

Os médicos devem promover o conceito de limites responsáveis do uso de energia, expor claramente as questões de ética ambiental e mostrar que as alterações da atmosfera afligem com maior intensidade os segmentos menos favorecidos da sociedade. Finalmente, há que se robustecer a coragempara enfrentar o futuro debate no campo das ideias e da litigância com importantes setores da economia e da política.

A respeitabilidade nos confere obrigação para agirmos. Caso não iniciemos o processo agora, poderemos, mais tarde, ser culpados do pecado da omissão.

 

* Paulo Saldiva, médico, chefe do Serviço de Patologia do Instituto do Coração da Faculdade de Medicina da USP e coordenador do Instituto Nacional de Análise Integrada do Risco Ambiental do Conselho Nacional de Pesquisas

* José Luiz Gomes do Amaral, médico, professor titular da disciplina de anestesiologia da Unifesp e presidente da Associação Médica Brasileira

 

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Programação da semana – 16 a 20 de novembro/2009

Confira a programação com os principais programas da próxima semana da TV Conexão Médica.

Envie este link para sues colegas, médicos e profissionais de saúde de sua entidade, e contribua para a atualização e capacitação de toda a equipe. Imprima e coloque nos locais de maior visibilidade.

Progamacao

O Sistema de Saúde Americano na Avaliação de seus Médicos

A International Health Policy Survey, publicada em 5 de novembro na Health Affairs, constatou piores resultados e custos mais elevados do que em outros países.

 

Os Estados Unidos ficam atrás de outros países desenvolvidos em uma série de práticas de saúde, segundo um novo estudo internacional realizado com médicos americanos.

 

Dentre os pontos destacados da pesquisa, mencionamos:

 

  • Apesar dos maciços investimentos, 58% dos médicos relatam que seus pacientes não conseguem pagar os tratamentos
  • Os médicos dedicados à atenção primária possuem baixo índice de informatização (menos de 50% utiliza qualquer sistema de registro eletrônico, em comparação com 99 por cento na Holanda)
  • Metade relatou dificuldades no relacionamento com fontes pagadoras em relação a restrições sobre a assistência
  • Mais de dois terços dos médicos disseram que seus consultórios não podem tratar os pacientes após o horário comercial, ou seja, pessoas com problemas urgentes de saúde devem ir às urgências e PSs. Isso contrasta com outros países na pesquisa, onde tais recursos são mais comuns

 

“O estudo sublinha a necessidade urgente de reformas nacionais para fechar a lacuna de desempenho para melhorar resultados e reduzir custos”, disse Cathy Schoen, vice-presidente do Commonwealth Fund, que conduziu a pesquisa.

 

A pesquisa entrevistou mais de 10.000 médicos em 11 países da América do Norte e Europa, mais Austrália e Nova Zelândia.

 

Karen Davis, presidente do Commonwealth Fund, disse na nota de imprensa que “as barreiras de acesso, falta de informação e apoio financeiro inadequados para o cuidado preventivo e crônico minam os esforços médicos de cuidados primários

 

O inquérito não estava totalmente cheio de más notícias para os Estados Unidos, no entanto. Ele teve uma das melhores avaliações em relação ao tempo de espera para atendimento.

 

FONTE: Commonwealth Fund, nota de imprensa, 5 de novembro de 2009

Programação da semana – 09 a 13 de novembro

Progamacao

Novo Código de Ética Médica – Principais alterações e reflexos

A partir do dia 24/09/2009, os médicos ganharam um novo Código de Ética, que terá 180 dias a partir dessa data para entrar em vigor, ou seja, passará a vigorar a partir de 22/03/2010.

O Código é o resultado de 2 anos de debates entre Conselhos Regionais de Medicina, Entidades Médicas, médicos e as instituições científicas e universitárias, as quais encaminharam sugestões para a revisão e atualização do atual Código de Ética Médica.

Logo de início, o novo texto traz princípios fundamentais e ampliação dos direitos dos médicos e, de igual sorte, os deveres também foram esclarecidos de uma melhor forma, na medida em que estão mais bem redigidos.

É importante entender que trata-se de uma Resolução do CFM, a de nº 1.931 de 17/09/2009 (Código de Ética Médica), isto é, trata-se de um ato normativo e não legislativo, portanto não é Lei Ordinária; porém, em diversos casos, havendo o vazio do legislativo, o juiz de direito em questões que envolvam a prática médica poderá se utilizar do Código de Ética Médica, para fazer o seu melhor juízo de valor.

Também se nota que o novo Código ganhou dispositivos semelhantes aos dispositivos jurídicos, trazendo expressões que migraram do próprio Código Civil Brasileiro, do Código Penal Brasileiro, do Estatuto do Menor e do Estatuto do Idoso.
Em geral, podemos dizer que, houve um enfoque nas questões de autonomia do paciente com destaque sobre o direito a informação, avanços tecnológicos (Telemedicina), uso de seres humanos e animais em pesquisa, cuidados paliativos (tratamento de pacientes com doenças em estado terminal ou incuráveis) e, recomendações explícitas sobre os tratamentos de fertilização.

O Código também faz recomendações expressas aos médicos para que colham o assentimento do menor de idade em qualquer ato médico a ser realizado, independente do menor estar devidamente representado pelos pais, pois, a criança tem o direito de saber o que será feito com o seu corpo.
Também evoca aos médicos para que não fiquem submissos à pressão de hospitais e clínicas, no sentido de atender um número maior de pacientes por dia, provavelmente, em razão da grande demanda de atendimento dos planos de saúde e do próprio sistema único de saúde.

De igual forma, houve um reforço na proibição de comércio de qualquer medicamento, órteses, próteses ou implantes de qualquer natureza, ou ainda, o recebimento de qualquer tipo de comissão/favorecimento da indústria farmacêutica por produtos prescritos, porém não adequados ou desnecessários ao paciente. Foi proibido também estabelecer vínculo com empresas de financiamento, cartões de desconto ou consórcios para procedimentos médicos.

Sobre o prontuário médico, além de dispor a necessidade de ser legível, foi proibida a permissão de manuseio e conhecimento dos prontuários médicos por pessoas não obrigadas ao sigilo profissional, quando da responsabilidade do médico.

Outra preocupação do Código foi deixar mais evidente o dever dos médicos de informarem com precisão, sobre o patrocínio em ocasiões de apresentações, palestras, conferências ou trabalhos técnico-científicos. E ainda, a obrigatoriedade de registrar o Título de Especialista junto ao Conselho Regional em que é inscrito. Aqui vale um parênteses: Temos a constatação de que embora hajam muitos médicos especialistas, poucos se preocupam em registrar seu título de especialista junto ao Conselho, agora, aquele médico que se intitular especialista e não tiver seu título registrado no CRM poderá sofrer as sanções do Código.

Por fim, a nosso ver, as grandes mudanças que podem trazer algum benefício na área de defesa dos médicos, em suas questões de má prática médica, são encontradas no Capítulo III – Responsabilidade Profissional e, abordam algumas colocações inusitadas, que podem ajudar a clarear posicionamentos dos juízes em processos judiciais, por vezes, desprovidos de conceitos muito pré-definidos, quais sejam:

a) A pessoalidade do médico na sua atuação profissional, ou seja, ficou evidenciado pelo Código, o caráter intuito personae da relação médico-paciente, o que significa dizer que, a responsabilidade civil do médico é pessoal, prescinde de culpa (negligência, imprudência ou imperícia), não podendo ser presumida, portanto, não se operando a responsabilidade civil objetiva, embora haja uma tendência mundial caminhando para a objetividade da responsabilidade civil profissional. Alguns Tribunais do país dizem em seus acórdãos que a culpa do médico deve ser certa, ou seja, que não pode ser presumida, porém, não havia nenhuma Resolução que abordasse isso de forma expressa.

b) A relação médico-paciente não é de consumo, ou seja, ficou evidenciado pelo novo Código que, quando essa relação é pessoal, não deve ficar sujeita as regras do Código de Defesa do Consumidor, isto é, uma novidade, pois, embora o Código de Ética Médica seja apenas uma Resolução que regulamenta o exercício da medicina, não havia nenhum tipo de documento legal, dizendo que, a relação médico-paciente não é de consumo e que, a relação de consumo só deve acontecer quando não há contratação dos serviços médicos intuito personae (relação personalíssima). Da mesma forma, podemos deduzir dessa afirmação que, quando a relação é personalíssima não deve haver inversão do ônus da prova, pois, quando o juiz concede a inversão, ele acaba sinalizando que, no seu entender já há culpa presumida do médico.

c) As causas de excludente da culpa também ficaram mais claras, reconhecendo que podem existir fenômenos imprevisíveis e inevitáveis na medicina, afinal não é uma ciência exata, sendo que no Direito Civil, a imprevisibilidade está ligada ao caso fortuito e a inevitabilidade está ligada a força maior.

d) A culpa pode ser exclusiva do paciente entendida naqueles casos em que o paciente abandona o tratamento, acarretando-lhe danos a sua saúde, o que exclui assim, a culpa do médico (o dano não decorreu da atividade médica e sim de abandono do tratamento ou de outras situações anteriores a atuação médica).

Por fim, podemos dizer que, em geral, as mudanças foram benéficas ao médico e, à sociedade também, já que permanecem prevalecidos os deveres do médico em relação aos pacientes, só que agora, de uma forma muito mais justa e clara.

Quanto as novas disposições relacionadas à responsabilidade profissional introduzidas nesse Código, embora desprovidas de força de Lei em face de pacientes e terceiros, podem ajudar a consolidar conceitos doutrinários não utilizados ou deixados de lado pela Doutrina e Jurisprudência atuais e, dessa forma, os médicos estarem afastados de situações despropositadas que sejam oportunizadas por um sistema judiciário, por vezes que, desconhece como as coisas acontecem na medicina.

A partir desse apanhado geral, iniciaremos na seqüência, um artigo semanal detalhando comentários e reflexos que cada artigo modificado traz ao médico.

Texto escrito por Juliane Pitella – Advogada e sócia da ELP Eugenio de Lima e Pitella Advogados – Consultoria Jurídica e de Negócios Especializada na Área da Saúde.
Site: http://www.advsaude.com.br. E-mail: advsaude@uol.com.br, fones: (11) 3142-8828 / 3142-8826 / 3142-8825. Skype: elpsaude