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Archive for abril \27\-03:00 2010

Dossiê mostra situação do aborto inseguro no Rio de Janeiro

De 1999 a 2007, mais de 800 mil abortos foram induzidos no Estado do Rio de Janeiro, sendo que 3 em cada 4 deles foram realizados em mulheres de 15 a 29 anos. Em 2008, o estado somou 15.868 internações motivadas por aborto inseguro.

Dados como estes estão no dossiê “A realidade do aborto inseguro: O impacto da ilegalidade do abortamento na saúde das mulheres e nos serviços de saúde do Estado do Rio de Janeiro”, lançado no dia 3 de maio de 2010, em audiência pública na Assembléia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (ALERJ), por representantes das entidades Ipas Brasil, Grupo Curumim, Articulação de Mulheres Brasileiras e Jornadas pelo Direito ao Aborto Legal e Seguro.

Alguns destaques do estudo:

– mulheres negras morrem muito mais em conseqüência de abortos inseguros, quando analisada a variável raça/cor;

– a técnica de aspiração manual intra-uterina (AMIU), método indicado pelo Ministério da Saúde para o atendimento humanizado à mulher em situação de abortamento, só foi oferecida para 3,54% das mulheres internadas nos hospitais do SUS no Rio de Janeiro;

– em 2008, segundo as informações do SIH-SUS, a principal causa de internação para as mulheres em idade fértil são as internações obstétricas;

– as principais causas de mortes maternas obstétricas diretas no Brasil são a hipertensão arterial, as hemorragias e o aborto. Todas essas causas são consideradas evitáveis. Segundo o Relatório do Comitê de Mortalidade Materna de 2009, no estado do Rio de Janeiro as principais causas de mortes maternas diretas também são estas;

– mulheres que tiveram complicações por aborto estão entre as pacientes mais negligenciadas quanto aos cuidados de promoção da saúde reprodutiva e não são encaminhadas a serviços e profissionais capacitados;

– o aborto realizado em condições de risco freqüentemente é acompanhado de complicações severas, agravadas pelo desconhecimento desses sinais pela maioria das mulheres e da demora em procurar os serviços de saúde, que, na sua maioria, não está capacitado para esse tipo de atendimento.

A elaboração do dossiê insere-se no trabalho coordenado por Ipas Brasil, em parceria com o Grupo Curumim, em vários estados brasileiros, com o objetivo de gerar debates sobre a realidade do abortamento inseguro e o impacto da ilegalidade na saúde e vida das mulheres e nos serviços de saúde do Sistema Único de Saúde (SUS).

Estudo realizado por Ipas Brasil e o Instituto de Medicina Social da Universidade Estadual do Rio de Janeiro, com apoio do Ministério da Saúde, mostra que o número de abortos realizados no Brasil passa de 1 milhão por ano. Mais de 220 mil deles têm como conseqüência, entre várias complicações, infecções graves e perfurações no útero.

Sobre médicos e sua saúde

“Médico, cura-se a si mesmo, então também curará o seu doente. A sua melhor cura será mostrar-lhe um homem que curou a si mesmo”

Friederich Nietzche – Assim Falou Zaratustra

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Anestesiologistas comemoram Novo Código de Ética Médica

A previsão de cuidados paliativos no novo texto beneficia o tratamento da dor e traz mais qualidade de vida a pacientes sem chances de cura

Desde que entrou em vigor, em 13 de abril, o sexto Código de Ética Médica reconhecido no Brasil trouxe uma série de novidades, mais do que necessárias, visto que anterior datava de 1988. Nestas mais de duas décadas, a medicina evoluiu muito, e a população, com maior acesso à informação e melhor qualidade de vida, envelheceu.

Segundo a mais recente estatística do IBGE, em apenas dez anos, de 1998 a 2008, a expectativa de vida da população brasileira ao nascer passou de pouco mais de 69 anos para quase 73 anos de idade. A previsão é que até 2040 esta expectativa atinja 80 anos de idade. Com isso, é inevitável a maior prevalência de dores e doenças crônicas e também o aumento de pacientes sem chances de cura. Estes indivíduos não podem ser esquecidos pelos médicos ou pela sociedade. Ao contrário, contam com os cada vez mais avançados cuidados paliativos, que buscam melhorar a qualidade de vida por meio do alívio de sintomas como a dor.

Para essa assistência, podem ser envolvidos, além dos médicos, diversos especialistas, como enfermeiros, psicólogos, fisioterapeutas, etc. A equipe deve considerar, além do físico, todos os outros aspectos de dor envolvidos, tais como o emocional, social, religioso, entre outros.

De acordo com o dr. Guilherme Antônio Moreira de Barros, membro da diretoria da Sociedade de Anestesiologia do Estado de São Paulo (SAESP), o médico, sozinho, nem sempre é capaz de oferecer todos os cuidados necessários ao paciente. “A atuação de uma equipe multidisciplinar, composta de médicos de diferentes especialidades, além de outros profissionais, é a melhor alternativa para a redução do sofrimento”.

“Opiofobia”

Ainda segundo o médico anestesiologista, os analgésicos são algumas das principais opções disponíveis para o controle da dor. Entre eles, há uma classe especial, a dos opióides, que nem sempre são utilizados na quantidade adequada.

“Infelizmente, por desconhecimento até mesmo da classe médica, a que chamamos ‘opiofobia’, os opióides são pouco prescritos em nosso país. No entanto, estes fármacos são extremamente bem estudados e possuem uma sequência previsível de efeitos adversos,  o que lhes confere grande segurança quando  prescritos”, esclarece.

Terapias complementares

Além dos medicamentos, outras possíveis formas de tratamento para o alívio de sofrimento são a acupuntura e a psicoterapia. São chamadas complementares, pois podem ser indicadas concomitantemente às medicações.

“Não há um único medicamento que apresente total eficácia para todos os casos. Por este motivo, o paciente deve ser avaliado de forma particular, visando à situação em que se encontra. Só o médico poderá apresentar todas as técnicas e vias empregadas no tratamento da dor indicadas para aquele caso”, explica dr. Guilherme.

Em alguns casos, o próprio tratamento medicamentoso pode causar desconforto ao enfermo. Um exemplo são os quimioterápicos utilizados no tratamento de diversos tipos de câncer, como a leucemia. “Nesta situação, o tratamento pode provocar neuropatias periféricas, extremamente dolorosas”, relata o médico.

Atualização

Dr. Guilherme argumenta que o atual cenário brasileiro de cuidados paliativos é extremamente positivo. “As duas principais entidades médicas da área de cuidados paliativos, a Academia Brasileira e a Associação Brasileira de Cuidados Paliativos, juntaram forças para realizar, em 2012, o Congresso Latino-americano de Cuidados Paliativos, na cidade de São Paulo. Este será um momento ímpar e fará com que esta área da medicina, tão carente no Brasil, ganhe voz e destaque na luta por melhor qualidade de vida em momentos extremamente dolorosos”, acredita ele.

Ele também sugere aos profissionais da área um importante evento científico no estudo da dor que se aproxima: o Congresso Paulista de Dor (COPADOR), da SAESP, que terá sua 5ª edição em junho de 2010.

Acontece Comunicação e Notícias
Juliana Machado ou Kelly Silva

(11) 3873.6083 / 3871.2331

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Evento na APM alerta médicos para o correto diagnóstico da dispepsia

Uma das principais queixas gástricas, a doença é comumente confundida com gastrite

A Associação Paulista de Medicina (APM) inicia o Curso de Gastroenterologia em 24 de abril de 2010, sábado, com um módulo que abordará a dispepsia.

O objetivo da palestra é alertar os médicos sobre a importância da investigação da doença, para confirmação do diagnóstico e início precoce do tratamento.

O tema é de grande relevância, pois embora grande parte dos portadores de dispepsia apresente exame endoscópico normal, outros podem ter origem em doenças mais sérias, como uma úlcera, que pode evoluir para o câncer de estômago se não diagnosticada e tratada corretamente.

A aula será ministrada pelo dr. Alexandre Buzaid Neto, especialista em Gastroenterologia pela Faculdade de Medicina do ABC, sob a coordenação do dr. Marcelo da Silva Pedro, cirurgião do Aparelho Digestivo e especialista em Coloproctologia.

As inscrições devem ser feitas pelo site www.apm.org.br. Mais informações pelo telefone (11) 3188-4281.

Dispepsia

De acordo com o dr. Marcelo da Silva Pedro, a dispepsia é a resposta para grande parte das queixas nos consultórios de gastroenterologistas. Ainda assim, nem sempre o diagnóstico pode ser confirmado por meio de exames.

“Muitos pacientes chegam ao consultório com queixas de fortes dores no estômago, porém a endoscopia não revela nenhuma anormalidade”, explica.

Em geral, bastam algumas orientações sobre hábitos alimentares e prática de atividade física para resolver o problema. Isso porque, além da dieta inadequada, o estresse emocional é outro fator que pode desencadear o problema.

O médico alerta para a importância de se procurar um especialista em casos de azia, dor de estômago, gazes, náuseas, vômitos, sensação de estufamento ou refluxo frequentes, pois a dispepsia pode ter origem em doenças mais sérias, que são mais facilmente tratadas quando diagnosticadas ainda no princípio.

Curso de Gastroenterologia – Módulo I: Dispepsia

Data: 24 de abril de 2010, sábado

Horário: das 9h às 13h
Local: Auditório Verde da APM

Endereço: Av. Brigadeiro Luís Antônio, 278 – São Paulo – SP

Informações e inscrições: (11) 3188-4281 | www.apm.org.br

Hospitais acreditados oferecem menos riscos aos pacientes

Quando surge a necessidade do uso de um serviço hospitalar, qual o critério utilizado pelo brasileiro para escolher a instituição? Localização, confiança, rede credenciada do seguro saúde e indicação são alguns dos fatores que influenciam no momento da decisão. E a qualidade nos serviços prestados? Como o paciente pode saber se nos bastidores existem realmente procedimentos confiáveis que garantam a sua segurança?

Na maioria dos hospitais da Europa, dos Estados Unidos e do Canadá, o principal parâmetro utilizado pela população para a escolha de um serviço de saúde é a acreditação. O termo é pouco conhecido no Brasil, mas pode fazer diferença entendendo que os muitos riscos no atendimento à saúde podem ser evitados.

Acreditação é a metodologia utilizada mundialmente que certifica a qualidade no atendimento e gestão de instituições de saúde. Duas das certificações utilizadas em instituições brasileiras são a ONA (Organização Nacional de Acreditação) e aAccreditation Canada. A ONA emprega padrões de desempenho voltados aos processos de cuidados ao paciente e à gestão de serviços. A Accreditation Canadatem como foco a segurança do paciente e boas práticas no atendimento.

O fato é que, no Brasil, os usuários de serviços de saúde não sabem o que é acreditação. Este cenário deve mudar nos próximos anos, pois a maiorias das Instituições Hospitalares estão buscando ferramentas para melhorar a qualidade e segurança de sua assistência e a acreditação fornece estas ferramentas.

Alguns eventos adversos podem ser evitados se alguns procedimentos forem observados. No Brasil, 4 milhões de pessoas são internadas anualmente na rede privada e, no SUS, 11,3 milhões. 48% sofrem eventos adversos que poderiam ser evitados em ambas as redes. O CDC (The Centers for Disease Control and Prevention) calcula que dois milhões de pacientes sofram de infecção hospitalar a cada ano nos Estados Unidos.

Em um dos hospitais privados acreditados nível III ONA e elegível para a Accreditation Canadá o índice de infecção hospitalar, em uma das UTIs, passou de 7% para menos de 1% de janeiro de 2007 a outubro de 2009. Na mesma instituição, a pneumonia associada à ventilação mecânica passou de 9% para 2% no mesmo período, representando 154 dias a menos de internação no ano de 2008. Segundo Rubens J. Covello, CEO do IQG – Health Services Accreditation, empresa líder em certificação no setor da saúde na América Latina, ‘o sociedade brasileira ainda não tem formada a cultura de procurar por serviços de saúde acreditados, nossa função como Instituição Acreditadora é multiplicar este novo conceito á população, e mostrar que Instituições de Saúde que investem na qualidade de sua assistência, são de verdade mais seguras e responsáveis.

Os modelos de certificação têm um impacto direto na qualidade do serviço oferecido ao paciente e também em todas as partes envolvidas no processo, como profissionais de saúde e fontes pagadoras. Em um dos hospitais do SUS acreditados, o índice no atendimento médico fechou o ano de 2009 com 96% de satisfação dos pacientes e 92% disseram que o atendimento na recepção é muito satisfatório.

Sobre o IQG

Empresa líder no mercado de certificação e implementação de programas de gestão de qualidade e segurança do paciente do segmento saúde. Em 15 anos de atuação, o Instituto está presente em 20 Estados brasileiros e possui 75% do mercado nacional de acreditação, tendo acreditado 85% dos hospitais, 90% dos bancos de sangue e 100% dos Serviços de Oncologia e Ambulatoriais. Nos últimos 3 anos, realizou 166 certificações e 161 cursos de educação continuada com foco em gestão da qualidade e programas de segurança do paciente.

Exemplo de sustentabilidade ambiental em hospital de SP

O Hospital viValle (São José dos Campos, SP) preocupa-se constantemente na preservação do meio ambiente, por este motivo adota uma série de medidas consideradas ‘verdes’. O novo projeto, que já está em andamento, é a substituição em etapas da iluminação do hospital por lâmpadas de LED, que além de durar mais economizam energia. Uma lâmpada LED consome 80% menos energia se comparada a uma lâmpada incandescente. Além disso, o viValle possui um Plano de Gerenciamento de Resíduos, que engloba ações de tratamento de resíduos químicos, acondicionamento e destinação adequada para materiais cortantes e contaminados, reciclagem, entre outros. O viValle tem ainda sistema de aquecimento solar, que supre 40% da necessidade de água quente de todo o Hospital. Já está em estudo a ampliação deste sistema, que irá reduzir ainda mais o uso da energia elétrica para este fim. O pavimento externo também segue a linha ecológica, já que é todo feito com bloquetes intercalados, que não impermeabilizam o solo, facilitando que a água da chuva volte para o lençol freático.

Mais coerência e menos descaso com a saúde

A imprensa tem retratado exemplarmente o desconsideração do governo com a saúde. Dias atrás, o presidente Lula culpou os médicos pelo caos no setor, afirmando serem profissionais que não se dispõem a trabalhar em localidades distantes. Foi rebatido à altura pela Associação Médica Brasileira e por muitas outras entidades médicas, pois o que falta é política consistente para atrair profissionais, com oportunidade de reciclagem científica, além de adequadas condições de atendimento, salário digno e uma carreira de progressão funcional.

Ainda recentemente, os jornais mais uma vez explicitaram o desrespeito à saúde no Brasil, mostrando como os Estados Unidos usam a democracia para redesenhar seu modelo de assistência, enquanto aqui, a despeito de ter uma proposta avançada de universalização, o Sistema Único de Saúde – SUS, emperra no autoritarismo e na falta de debate. Esbarra também na falta de definição de um orçamento coerente, já que, hoje, vivemos uma fantasia, uma hipocrisia orçamentária.

O grande mal da saúde brasileira é a falta de transparência e de compromisso de parte dos gestores e autoridades. Claro, há exceções. Porém, de forma geral, o setor não é visto nem tratado com a prioridade que merece, a não ser em intenções e propostas genéricas particularmente em períodos eleitorais. São necessárias atitudes concretas, como agora nos EUA e ao longo dos anos em países desenvolvidos. Atualmente, até diversas nações em desenvolvimento investem bem mais na saúde do que no Brasil.

O irrisório orçamento federal compromete qualquer gestão, e a tratativa de recursos humanos é deprimente. Inevitavelmente a saúde suplementar também patina. Prova são os honorários vis pagos por planos de saúde a médicos e outros prestadores de serviço. Sem falar na intermediação ineficaz da Agência Nacional de Saúde Suplementar.

Não aceitamos que maus empresários façam da saúde apenas uma fonte de lucro, em detrimento da assistência adequada. Mas principalmente não podemos admitir isso na saúde pública. Não admitimos ainda o desrespeito aos cidadãos e a exploração do trabalho dos profissionais da medicina.

Toda a comunidade de saúde e suas representações, como a Associação Paulista de Medicina, devem buscar apoio na população para encaminhar positivamente questões relevantes. Temos de sensibilizar os parlamentares a apoiar as reivindicações em prol de condições adequadas para o exercício profissional da medicina e por melhor assistência aos cidadãos.

Hoje, a coesão dos agentes do setor é fundamental, para criar uma grande mobilização. Precisamos urgentemente que o Congresso aprove matérias de interesse público, como a carreira de Estado para os profissionais de medicina e a regulamentação da Emenda Constitucional 29, que viabilizará investimentos mais robustos para a saúde, especialmente por parte do governo federal.

Enfim, as frentes de embate são claras. É hora de mudar. Os brasileiros precisam e exigem uma postura séria para ter acesso ao direito constitucional a assistência digna, plena, sob pena de continuarmos a ver a saúde judicializada. Esperamos que na campanha eleitoral venham propostas concretas por parte dos candidatos ao Legislativo e Executivo, além de debates menos ideológicos e mais resolutivos para a saúde da população.

Jorge Carlos Machado Curi, presidente da Associação Paulista de Medicina

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Mito ou verdade? Afirmações sobre o câncer de mama

Só as mulheres com histórico familiar fazem parte do grupo de risco do câncer de mama. Antitranspirante pode causar a doença. Mamografia previne o câncer. Essas e outras afirmações são constantemente – e amplamente – divulgadas para a população. O problema é que algumas delas não passam de mitos e, ao invés de colaborar para que as mulheres se previnam, acabam por desinformá-las. E o pior: afastá-las da chance de curar a doença.

Em alusão ao Dia Mundial de Prevenção do Câncer, celebrado na quinta-feira, 8 de abril, quem esclarece algumas das informações que circulam por aí é o médico mastologista do Hospital Amaral Carvalho de Jaú, dr. José Roberto Fígaro Caldeira, responsável também pelos Programas de Prevenção do Câncer da instituição. Confira:

MITO OU VERDADE?

A mutilação é sempre inevitável. (MITO)

Quanto mais precocemente se realiza o diagnóstico de um tumor, mais inicial é o seu desenvolvimento, portanto maior a probabilidade de preservação do órgão acometido.

A retirada preventiva da mama impede o surgimento de tumores. (REALIDADE EM TERMOS)

A chamada mastectomia redutora de riscos diminui em aproximadamente 90% a chance de desenvolver tumor, não sendo possível atingir 100%, pois o tecido mamário remanescente permanece junto ao subcutâneo da pele que reveste a mama,  e pode, portanto desenvolver tumor neste tecido residual. Tal técnica deve ser individualizada a cada paciente, indicada principalmente nas mulheres de alto risco (jovens, com mutação nos genes BRCA1 e BRCA2)

Os cabelos nem sempre caem com a quimioterapia. (REALIDADE)

Depende dos agentes quimioterápicos utilizados para cada caso.

O estresse causa câncer de mama. (MITO)

Até o presente momento não há comprovação científica de estresse causando câncer mamário.

Com relação aos riscos, consumir bebida alcoólica não é tão perigoso quanto fumar. (MITO)

O câncer de mama tem seu risco aumentado e é diretamente proporcional à dose digerida de bebida alcoólica, principalmente os destilados.

O câncer de mama é a maior causa de mortalidade feminina no país. (REALIDADE)

Se pensarmos em causa de morte proveniente de câncer, é a principal. Perde somente para as doenças cardiovasculares.

Uma pancada forte na mama pode desencadear o processo que leva ao câncer. (MITO)

Não há comprovação científica entre trauma e início de câncer mamário.

Só as mulheres com histórico familiar fazem parte do grupo de risco. (MITO)

Com histórico familiar, principalmente as descendentes diretas e colaterais, que sentem um maior risco (duas vezes mais), porém as pacientes que tiveram a menarca precoce (antes dos 10 anos); menopausa tardia (após 55 anos); nuliparas (mulheres sem filhos); 1ª gravidez após os 30 anos; uso de terapia de reposição hormonal prolongada, também são consideradas pacientes de risco.

Nódulos nas mamas predispõem ao câncer. (MITO)

Os nódulos podem ser císticos (bexiga d’água) ou sólidos. Felizmente a imensa maioria dos nódulos mamários são de etiologia benigna, porém tem que esclarecer e investigar, assim que perceber qualquer nódulo mamário.

A mamografia previne a doença. (MITO)

A mamografia não previne, ela detecta a doença em já instalada, em sua fase inicial. Porém com o diagnóstico precoce, detectado pela mamografia e/ou ultrassonografia, propicia maior chance de cura.

Desodorante antitranspirante causa câncer de mama. (MITO)

Não existe o menor fundamento científico em tal afirmativa.

Pró-Mama atende mais de 70 mulheres por mês em Jaú

O Pró-Mama, Programa de Prevenção do Câncer de Mama do Hospital Amaral Carvalho, atende em média 70 pacientes por mês entre os casos novos e retornos. As ações desenvolvidas são direcionadas principalmente à prevenção primária e secundária e visam à orientação quanto ao melhor hábito de vida, incluindo atividade física e alimentação saudável. O objetivo é reduzir ao máximo o risco de desenvolver o câncer mamário.

“Estas ações são principalmente desenvolvidas em eventos que ocorrem no município de Jaú, com a distribuição de folders educativos, chamando a atenção de como se prevenir da melhor maneira possível contra o câncer de mama. Outra importante ação desenvolvida é a prevenção secundária, com a realização de mamografias e ultrassonografia mamárias conforme suas indicações. Nos casos de pacientes consideradas de risco pelo modelo de Gail, além do acompanhamento médico, a paciente recebe também o acompanhamento psicológico por profissional especializado para este fim”, explica dr. Caldeira.

E não é só o Programa de Prevenção do Câncer de Mama que vem atingindo seus objetivos. Graças ao trabalho realizado por todos aos programas de prevenção do Hospital Amaral Carvalho (mama, colo do útero, melanoma, próstata e boca) o número de casos de câncer avançados vem sendo reduzido de forma significativa. “Estamos cada vez mais alcançando o paciente enquanto a doença ainda está na fase inicial e é passível de cura. A prevenção ainda é o melhor caminho”, conclui dr. Caldeira.

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Alerta marca o dia mundial da Hemofilia

Federação Brasileira de Hemofilia realiza evento em São Paulo para conscientizar a sociedade brasileira sobre as consequências da doença

São Paulo, 15 de abril de 2010 – Comemorado no dia 17 de abril, o Dia Mundial da Hemofilia será lembrado pela Federação Brasileira de Hemofilia (FBH) com um encontro nacional dos líderes de associações de pacientes para discutir a situação atual da hemofilia no Brasil e as perspectivas para o futuro. O evento acontece em São Paulo, no próximo dia 16.

Coordenado pela presidente da FBH, Tania Maria Onzi Pietrobelli, o encontro tem o objetivo conscientizar a população para as dificuldades geradas pela doença e chamar a atenção das autoridades em saúde para a necessidade de oferecer tratamento adequado aos pacientes.

Na ocasião, a vice-presidente médica da federação, responsável pelo atendimento multidisciplinar do Hemocentro do Mato Grosso, em Cuiabá, Dra. Sylvia Thomas, apresentará o panorama sobre a doença no Brasil. Já o hematologista da Unidade de Hemofilia da Unicamp (Universidade de Campinas), Dr. Erich de Paula, abordará questões sobre o tratamento da doença no país e novas terapias.

A Federação Brasileira de Hemofilia atua em conjunto com a Federação Mundial de Hemofilia (WHF), que definiu para este ano o tema “Tratamento para todos e as muitas faces dos problemas de coagulação”.
Serviço:

Encontro Nacional sobre Hemofilia

Data: 16/04 – sexta-feira

Horário: 16 horas

Local: Hotel Ibis Congonhas – São Paulo

Endereço: Rua Baronesa de Bela Vista, 801

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FAQ Sobre Depressão

Constantemente temos acesso a notícias sobre depressão, uma doença que já acomete cerca de 121 milhões* de pessoas no mundo inteiro. Mas afinal, todos os pontos estão claros? O psiquiatra professor da Unifesp Dr. Acioly Lacerda responde 10 questões sobre a síndrome que, de acordo com a OMS (Organização Mundial da Saúde), é a quarta causa global de incapacidade e deve ser a segunda até o ano de 2020*.

1. O que é depressão?

A depressão é uma doença complexa que afeta corpo e mente e manifesta-se por sintomas emocionais e físicos. Conhecida também como Transtorno Depressivo Maior (TDM), é caracterizada por sinais que interferem na habilidade para trabalhar, estudar, comer, dormir e apreciar atividades antes agradáveis.

2. Tristeza é sinônimo de depressão?

Não. Tristeza isolada não é depressão, apenas um sentimento universal, assim com ansiedade. Logo, não é necessariamente patológico, fazendo parte da experiência psíquica normal.

3. Quais são as causas da depressão?

As causas da depressão ainda são desconhecidas. A teoria neuroquímica é a mais aceita e sugere que uma disfunção no sistema nervoso central é a responsável pela doença. A diminuição dos neurotransmissores serotonina e noradrenalina no sistema nervoso central são os responsáveis tanto pelo aparecimento dos sintomas emocionais quanto físicos da depressão.

4. Quais são os principais sintomas?

A depressão se manifesta por sintomas emocionais e físicos. Os principais são:

Sintomas emocionais: tristeza, perda de interesse, ansiedade, angústia, desesperança, estresse, culpa, perda da libido, dificuldade de raciocínio, indecisão, baixa auto-estima, alterações no sono, ideação suicida, entre outros;

Sintomas físicos: baixa energia, alterações no sono, dores inexplicáveis pelo corpo (sem causa clínica definida), dor de cabeça, alterações no apetite, alterações gastrintestinais, alterações psicomotoras, entre outras.

5. Quais sinais comprovam um quadro de depressão?

Para o indivíduo ser diagnosticado como deprimido, deve reunir pelo menos cinco dos sintomas acima, sendo que um deles tem que ser tristeza ou perda do interesse em atividades antes prazerosas, com duração mínima de duas semanas.

6. Ao notar os sintomas, qual profissional de saúde devo procurar?

Ao reconhecer ou desconfiar de um quadro depressivo é imprescindível procurar um médico psiquiatra, ele é o profissional mais indicado para diagnosticar e tratar a depressão.

7. Todas as pessoas estão sujeitas a ter depressão?

Sim, porque existem diferentes motivos que predispõem à doença:

· fator genético – história familiar de depressão;

· estresse crônico – situações repetidas de estresse;

· perdas parentais precoces – morte de um dos genitores na infância;

· história de qualquer tipo de abuso na infância;

A depressão tem causas multifatoriais (fatores genéticos/biológicos e ambientais/ psicossociais) que sempre se somam para a determinação de uma apresentação clínica final. Nas mulheres, os períodos pré-menstrual, pós-parto e menopausa são de maior risco para desenvolver a doença também. Cerca de 17,5% da população apresentará pelo menos um episódio depressivo ao longo da vida.

8. Há uma faixa etária mais vulnerável à doença?

Sim. A maioria dos casos de depressão acomete indivíduos entre 20 e 40 anos de idade. Mas é importante dizer que a doença pode se iniciar em qualquer faixa etária, da infância à terceira idade.

9. Qual os melhores tratamentos?

A maioria (cerca de 2/3) dos pacientes com depressão apresenta dores persistentes combinadas com sintomas emocionais. Assim, a doença deve ser tratada através de psicoterapia e o uso de antidepressivo com dupla ação, como a duloxetina. Essa classe de medicamento age de forma equilibrada sobre a serotonina e a noradrenalina, combatendo os sintomas emocionais e físicos. É importante deixar claro que isso não é uma regra, portanto varia de acordo com o paciente e que a procura por ajuda médica é indispensável.

10. A depressão tem cura?

O objetivo central do tratamento da depressão é a remissão (melhora completa da sintomatologia depressiva). Como grande parte das doenças, há sempre um risco de, mesmo tratado corretamente, o paciente apresentar recaída no futuro (cerca de 80% das pessoas que apresentaram um episódio depressivo devem apresentar um ou mais episódios adicionais). A depressão, portanto, é, na maioria das vezes, uma doença crônica, assim como diabetes e hipertensão. Quando tratada adequadamente, o paciente leva uma vida absolutamente normal.

· 2 Murray CJL, Lopez AD, eds. The Global Burden of Disease; 1996