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Archive for dezembro \11\-03:00 2009

EUA muda diretriz e recomenda mamografia apenas a partir dos 50 anos. Médicos brasileiros discordam

Segundo as novas diretrizes, esta é a nova idade para início dos exames para mulheres que não pertencem aos grupos de risco

As novas orientações mudam também a frequência: dos 50 aos 74 anos, os testes devem ser realizados a cada dois anos, e não anualmente. As novas diretrizes foram elaboradas pelo US Preventive Services Task Force, e também geraram polêmica nos EUA.

A justificativa dos autores para a mudança é para evitar o excesso de exames desnecessários e diminuir o número de resultados falsos positivos. Além disso, dizem eles, as mamografias podem apontar tumores que cresceriam tão devagar que nunca seriam detectados. Nesses casos, a paciente passaria por um tratamento sem necessidade.

Veja a nota oficial da Sociedade Brasileira de Mastologia:

“A Sociedade Brasileira de Mastologia mantém a posição de que a mamografia é necessária a partir dos 40 anos e deve ser feita anualmente. O presidente da SBM, Dr.Ricardo Chagas, afirmou que a entidade não vai mudar de opinião por causa do estudo feito nos Estados Unidos. “Nossa realidade é muito diferente daquela encontrada nos Estados Unidos e na Europa. Nos Estados Unidos há uma cultura antiga de se fazer a mamografia. Os tumores encontrados lá são de estágios iniciais, em média de um centímetro. Diferente dos que encontramos no Brasil, que tem uma alta incidência de tumores em estágio avançado por causa de diagnóstico tardio, explica.

Dr. Ricardo Chagas ressalta que o panorama atual do câncer de mama no Brasil não permite um retrocesso nesse sentido. “Precisamos continuar na defesa da detecção precoce e da mamografia feita a partir dos 40 anos para que em um futuro breve os tumores, assim encontrados, sejam diferentes da realidade atual na qual os tumores são grandes”.

Outro ponto citado no estudo é destacado por Dr Ricardo. É o que chamaram de ‘falso positivo’. “O que eles chamam de falso positivo são lesões muito iniciais, mas que não são falsas; elas existem e isso não significa que o exame esteja errado”. A tendência internacional é de que a nomenclatura dessas lesões iniciais seja mudada.

O presidente da Sociedade Brasileira de Mastologia cita ainda outro aspecto do estudo: a recomendação de se fazer mamografia de dois em dois anos. “Um dos maiores problemas é que existe o ‘câncer de intervalo’, aquele em que se faz mamografia hoje e não acusa nada e antes mesmo de completar um ano, faz-se outra, daí, a própria paciente percebe um tumor palpável. Ou seja, se fazendo mamografia com intervalo de um ano, isso já acontece, imagina deixar para fazer a cada dois anos? Sabemos que alguns tumores crescem rápido, praticamente dobram de tamanho de um ano para o outro. Muita gente interpreta isso como uma falha da mamografia, quando se trata de um câncer de intervalo”, explica Dr.Ricardo.

A Sociedade destaca ainda que este é um estudo isolado e que é preciso ter outras avaliações para não haver precipitação.”

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Gravidez representa proteção adicional contra câncer de mama

Já era conhecido o fator protetor desempenhado pela amamentação. Pesquisa recente sugere também unificação da proteção originária de fatores hormonais

A pesquisa publicada no periódico “Cancer Prevention Research” afirma que hormônios estrogênio, progesterona e a gonadotrofina coriônica humana, produzidos durante a gravidez, induzem a proteína alfa-fetoproteína (AFP), que é um agente conhecido e utilizado para coibir o crescimento dos tumores mamários.

A pesquisa foi conduzida por Herbert Jacobson, que atua como pesquisador no Centro para Doenças Imunológicas e Microbianas no Departamento de Obstetrícia, Ginecologia e Ciências Reprodutivas do Colégio Médico Albany, em Nova York

A AFP é uma proteína produzida normalmente pelo fígado e pela vesícula vitelina que envolve e nutre o feto nas primeiras semanas de sua gestação.

Jacobson e seus colegas procuraram determinar se a administração de hormônios da gravidez a ratas expostas a agentes cancerígenos as levava à produção da AFP, o que, por sua vez, causa o efeito protetor.

Os resultados do estudo mostraram que o tratamento com estrogênio e progesterona, estrogênio sozinho ou gonadotrofina coriônica humana reduz a incidência de câncer de mama nos ratos.

Além disso, os pesquisadores notaram que cada um destes tratamentos elevou o nível de AFP no sangue e inibia diretamente o crescimento das células de câncer de mama em cultivos, o que indica que estes hormônios da gravidez servem para prevenir essa doença.

Powel Brown, editor da publicação da Associação Americana para a Prevenção do Câncer, diz que os pesquisadores não mostraram diretamente a atividade preventiva do câncer da AFP, mas encontraram uma associação destes hormônios na prevenção dos tumores de mama.

Fonte: A Proposed Unified Mechanism for the Reduction of Human Breast Cancer Risk by the Hormones of Pregnancy

Published Online First on November 24, 2009

[Cancer Prevention Research, 10.1158/1940-6207.CAPR-09-0050]

Por Que Estas Dietas Não Funcionam?

Entrevista com nutricionista e endocrinologista do Citen

 Dietas focadas em alguns alimentos ou grupo de alimento específico. (Dieta da Sopa, Dieta do Tipo sanguíneo, Dieta do Dr. Atkins)

Dra. Amanda Epifânio, nutricionista do Citen: são monótonas e impossíveis de serem mantidas a longo prazo.

Dra. Ellen Paiva, endocrinologista do Citen: não leva em consideração as preferências alimentares dos pacientes. Impedem o consumo de alimentos fundamentais à saúde, sem nenhuma base científica.

 Dietas de desintoxicação

Dra. Amanda Epifânio, nutricionista do Citen: as pessoas não se intoxicam com os alimentos, a menos que esses alimentos estejam contaminados.

Dra. Ellen Paiva, endocrinologista do Citen: a adesão a essas dietas causa riscos à saúde porque a desidratação grave provocada por elas pode ser erroneamente interpretada como perda de peso. As pessoas recuperam todo o “peso perdido”, assim que alcançam um nível de hidratação adequado.

 Dietas com alimentos mágicos (o uso de suplementos, enzimas, shakes)

Dra. Amanda Epifânio, nutricionista do Citen: na perda de peso não existe magia e sim um processo consciente de readequação dos alimentos em relação ao gasto calórico.

Dra. Ellen Paiva, endocrinologista do Citen: o uso desses artifícios não interfere em nenhuma etapa do emagrecimento. Os suplementos comprovadamente são placebos, as enzimas nada fazem pela queima de gordura localizada ou sistêmica, e, os shakes, além de nutricionalmente inadequados, são enjoativos e não proporcionam saciedade ao paciente.

 Dietas de baixíssimas calorias

Dra. Amanda Epifânio, nutricionista do Citen: não atende às necessidades mínimas do organismo e por isso não são toleradas. Seus efeitos colaterais como tonturas, fraqueza, tremores e sudorese praticamente inviabilizam a continuidade da dieta.

Dra. Ellen Paiva, endocrinologista do Citen: promovem a redução do gasto calórico e desencadeiam quadros compulsivos alimentares.

 Dietas que parecem boas demais para ser verdade ( “Perdi 18 kg com a dieta da pupunha do Amazonas”)

Dra. Amanda Epifânio, nutricionista do Citen: porque por mais sejam irreais e absurdas, estas dietas iludem as pessoas e as tornam ainda mais ignorantes em relação à nutrição, afetando, principalmente, aquelas que vivem em busca de uma alternativa mágica de dieta.

Dra. Ellen Paiva, endocrinologista do Citen: porque nenhum alimento isoladamente pode estar envolvido no processo de emagrecimento, principalmente quando as perdas são grandes. Perder peso dessa forma, assim como ocorre em todas as dietas restritivas, não nos deixa a mínima possibilidade de tornar essa perda duradoura.

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A performance da Educação a Distância – Censo 2008

O ensino a distância (EaD), definido pelo Ministério da Educação (MEC), a partir do Decreto n. 5.622 de 19 de dezembro de 2005, constitui-se na modalidade pela qual a mediação didático-pedagógica nos processos de ensino e aprendizagem ocorre com a utilização de meios e tecnologias de informação e comunicação, com estudantes e professores desenvolvendo atividades educativas em lugares ou tempos diversos.

A oferta de cursos de graduação a distância demanda amplo conhecimento tecnológico e atendimento aos requisitos verificados pela secretaria de educação a distância, cabendo às IES públicas e privadas investirem continuamente em plataforma tecnológica e capacitação docente para sua operacionalização.

Nesta perspectiva, o censo da educação superior de 2008 demonstrou:
· A oferta de 647 cursos de graduação oferecidos por 115 Instituições de Ensino Superior;
· A predominância dos cursos de licenciatura, representando 53,2% dos cursos oferecidos nesta modalidade;
· O crescimento de 96,9% das matrículas em cursos de educação a distância, comparado ao ano de 2007;
· A representatividade de 14,3% em relação ao total das matrículas no ensino superior em 2008;
· O número significativo de 70 mil alunos concluintes na graduação na modalidade EaD em 2008.

Por outro lado, o site censo ead.br que avaliou não só a graduação, destaca que o índice médio de evasão nessa modalidade foi de 18,5%, sendo que a região norte detém o maior índice, 27,8% e a região sul, o menor índice, 14,8%. Do total de matriculados, 37% estão na pós-graduação, 26,5% na graduação tradicional e 34,6% em cursos superiores de tecnologia ou cursos de complementação de estudos.

O estudo revela ainda que 80% dos matriculados localizam-se na região sudeste e destes, igual percentual estão vinculados a IES particulares. Na região norte e nordeste ocorre o contrário; 80% estão matriculados em IES públicas, o que tem gerado interesse de grupos internacionais em investirem na educação a distância nestas regiões, cuja demanda reprimida aguarda ser atendida.

A mobilidade dos alunos é um fator a ser considerado nesta modalidade de ensino, pois 42% dos matriculados em educação a distância residem em outro estado que não aquele de origem da IES, a faixa etária que prevalece é a de alunos com idade entre 30 a 34 anos.

Nesta modalidade de ensino é imprescindível a inovação tecnológica no processo de ensino-aprendizagem, buscando sempre a integração das tecnologias de informação e da comunicação (TICs), ampliando técnicas e métodos didático-pedagógicos para autonomia dos discentes na aquisição de conhecimento. Por outro lado, vê-se a educação a distância como o ‘primo pobre’ do ensino superior
Vale destacar que as IES credenciadas para o oferecimento de cursos, nesta modalidade, ao utilizar como ferramentas as principais e novas tecnologias, ampliam situações de ensino e aprendizagem e reduzem custos operacionais, o que permite resultados em escala.

Em suma, a educação a distância permite:
· A atuação estratégica, didática e econômica, sob o ponto de vista das mídias sociais e da inclusão das classes sociais menos favorecidas no ensino superior;
· O aproveitamento de novos nichos e novas oportunidades de mercado, trazendo para o meio universitário, profissionais que não despendem de tempo para concluir seus estudos ou cursar uma nova graduação;
· A operacionalização do ensino de massa, com custo otimizado e o ganho em escala;
· O desenvolvimento da tecnologia da informação e infraestrutura (suporte tecnológico, em especial internet/intranet e sistema via satélite);
· A definição de foco, no qual as grandes IES estão propensas a oferecer cursos mais populares na modalidade presencial e a distância e as pequenas e médias IES na atuação em áreas/cursos específicos na modalidade presencial;
· A oferta pelas pequenas IES, de cursos a distância em parceria com grupos e redes educacionais credenciadas para oferecer essa modalidade de ensino.
· A oferta de cursos in company resultando em novos negócios;
Nota-se que tanto a educação a distância, quanto a educação presencial têm espaços para crescer e se desenvolver. O desafio é a compreensão do papel, do posicionamento e do foco, associada ao público-alvo a ser atingido.

A semipresencialidade é o exemplo de que um sistema hibrido também tem seu lugar neste cenário. São esperados processos de fusão desses sistemas de ensino. É essa a atual tendência das IES focadas no futuro, que não se restringe apenas aos formatos tradicionais, mas que considera as novas gerações, os atuais nativos digitais.

Portanto, viabilizar o acesso ao ensino de qualidade, a captação e retenção dos alunos é essencial. A representatividade dos cursos e IES credenciadas para o ensino a distância tende a se consolidar. As matrículas continuarão crescendo e o próprio mercado selecionará o “joio do trigo”.

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